05 de outubro de 2020
"Os testes chegaram depois de muita luta"
Vanuza Kaimbé, liderança da Aldeia Multiétnica Filhos Dessa Terra, de Guarulhos (região metropolitana de SP), relata as etapas do processo de testagem para covid-19 e posterior acompanhamento de pacientes, enfatizando as formas de organização política e atuação da comunidade em regime de isolamento social no período da pandemia. Em conjunto, o pesquisador Giovani Paiva (IEB/USP) reflete sobre o processo de documentação da pandemia, no âmbito das movimentações de estudantes universitários e pesquisadores indígenas. [leia]
por Vanuza Kaimbé, com Giovani Paiva (IEB/USP)
/ CEstA/USP
06 de julho de 2020
Reincidir en la tragedia: Covid-19 entre los iskonawa (Perú)
La investigadora cuestiona que hasta ahora no exista un plan especial de monitoreo de la población indígena en contacto inicial que garantice su derecho a la salud, a pesar de que se reconoce su vulnerabilidad sociocultural, inmunológica y territorial. Se han registrado los primeros iskonahuas en contacto inicial contagiados, pero el subregistro es alto. El que existan ya estos casos positivos en dichas comunidades significa que el virus se encuentra a un paso de la población que vive en aislamiento. [leia]
por Carolina Rodríguez Alzza
/ publicado originalmente por Ojo Publico
14 de agosto de 2020
Subnotificação de indígenas em contexto urbano e retomadas
“A COVID-19 já afeta e chegou nas aldeias de 146 dos 305 povos indígenas do Brasil, deixando para trás um enorme rastro de incontáveis perdas; seja de jovens guerreiros ou de importantíssimos anciãos e lideranças. Porém, o que não tem sido um consenso é o número de indígenas vitimados pelo novo coronavírus. Os registros divulgados pelos órgãos responsáveis não se aproximam da realidade denunciada pelas representações dos indígenas, como por exemplo a APIB (Articulação de Povos Indígenas do Brasil)”. [leia]
por Vanessa Terena
/ publicado originalmente por O Clima/Fridays for Future Brasil
14 de agosto de 2020
Pedimos socorro, e ele nos foi negado
Relato de Agenor Paumari sobre como ocorreu o falecimento de sua esposa, Dulcineide Paumari [leia]
por Agenor Paumari
26 de julho de 2020
Covid-19 e o impacto nas populações indígenas
"As lideranças já percebiam que a covid-19 poderia se tornar uma ameaça fatal para ascomunidades, visto que nas comunidades indígenas identificam-se doenças preexistentes relacionadas a problemas respiratórios, como diabetes, colesterol e outras comorbidades que só agravariam a situação. Estava claro que a covid-19 se espalharia no país e inteiro, afetando a grande maioria das terras indígenas." [leia]
por Chirley Pankará
/ CEstA/USP
27 de junho de 2020
Piração
Neste artigo, Sandra Benites, antropóloga do povo Guarani Nhandéwa, expressa os sentimentos de piração que passou a sentir durante a reclusão forçada no período da pandemia do coronavírus. [leia]
por Sandra Benites
/ publicado originalmente por Corpos que falam
11 de junho de 2020
"Vamos fazer lockdown na aldeia": governança indígena e desgoverno
A covid-19 começou como uma doença de ricos, mas se espalhou seguindo a topologia da desigualdade brasileira. E, nesse quesito, os indígenas se juntam aos mais pobres, entre os quais não apenas se observa um número maior de casos, como também uma porcentagem maior de óbitos [leia]
por Carlos Fausto
/ publicado originalmente por NEXO
1 de junho de 2020
Deslocamentos warao em meio ao perigo do COVID-19
Para os Warao, a pandemia de COVID-19 é jebu, assim chamam as doenças, mas assim também se nomeiam o que seriam espíritos, entidades capazes de assustar e enfermar [leia]
por Fernando Augusto Fileno
/ CEstA/USP
31 de maio de 2020
Brazil Fails to Prevent COVID-19 Spread in Indigenous Communities: The Xavante Example [“Brasil falha em impedir que a COVID-19 se espalhe nas aldeias indígenas: o caso do povo Xavante”]
“In a genocidal move that exposes an entire A’uwẽ-Xavante community to COVID-19, Brazilian health officials returned a COVID-19-infected man to the village of Marawãitsédé where health and sanitation are highly precarious” [leia]
por Laura R. Graham
/ publicado originalmente por Cultural Survival
29 de maio de 2020
Covid-19 na fronteira guarani em Mato Grosso do Sul. Relatos do cotidiano de uma mulher guarani
Relato de Jacy Caris Duarte Vera (Guarani) quem explica que na reserva fizeram barreiras sanitárias, logo depois da confirmação do primeiro caso de Covid-19 entre os moradores não-indígenas do município. Hoje, na reserva estão mais conscientes de que precisamos ficar em casa, nos cuidar e só sair em situação de extrema urgência. Como povos Guarani e Kaiowa em Mato Grosso do Sul têm sofrido racismo histórico, e espera que o Covid-19 não seja mais um motivo para o preconceito e ódio contra eles. Entrevista concedida à Lauriene Seraguza, do CEstA/USP. [leia]
por Jacy Caris Duarte Vera
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
29 de maio de 2020
O problema do bloqueio das aldeias
Relato de Janete Robakolim Surui Indígena da etnia Paiter-Surui (Aldeia Placa, Cacoal, RO), quem conta que na sua reserva, as lideranças montaram barreiras, colocaram todos os indígenas de quarentena e orientaram para não sair. Comenta sobre a dificuldade de ficar sem ir à cidade e esperar só as cestas básicas, já que também existe um risco. Entrevista concedida à Renato Felix Lanza. [leia]
por Janete Robakolim Surui
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
29 de maio de 2020
Povos Indígenas e o coronavírus: um olhar Kaingang sobre a Pandemia
O movimento indígena está preocupado com o alto contágio do coronavírus, a falta de medicação e toda a situação dos ataques constantes que os povos indígenas têm vivido nas invasões territoriais. Esta situação vivida pelos povos Kaingang, Guarani, Laklanõ Xokleng, Xetá e Charrua da região Sul levou à formação da “Frente Indígena e Indigenista de Prevenção e Combate ao novo coronavírus na Região Sul”, quem tem atuado para minimizar os impactos da pandemia através da mobilização de doações de alimentos, encaminhamento de denúncias ao MPF, acompanhado as situações de demissões de trabalhadores indígenas. As ações da Frente demonstram o alcance da articulação do movimento indígena, através dos planos de enfrentamento à Covid19 e têm alcançado maior apoio às famílias indígenas na região Sul. [leia]
por Joziléia Daniza Jagso Kaingang
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
29 de maio de 2020
Enfrentamento da epidemia de COVID-19 pelos povos indígenas na Bahia
“Diante da gravidade representada pelo avanço da epidemia entre os povos indígenas, busca-se apontar aqui omissões graves do Estado que vêm impedindo a efetivação das recomendações da CIDH e das reivindicações do ATL para a contingência do COVID-19 entre os povos indígenas da BA. Ao mesmo tempo, ressalta-se as ações autônomas das organizações e movimentos indígenas no enfrentamento da epidemia.” [leia]
por Danilo Paiva Ramos
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
29 de maio de 2020
A Covid-19 entre os povos Tupinikim e Guarani no Espírito Santo: dados preliminares
“O cenário da situação da Covid-19 entre os povos Tupinikim e Guarani no Espírito Santo é mais um exemplo da contramão do que dispõe a PL 1142/2020, uma vez que falha na atuação articulada, abrangente e urgente, entre governo federal, estado e município, com insuficiência, omissão e ameaças à adoção das medidas de urgência, efetivadas, ainda que com algumas exceções, somente a partir da mobilização dos indígenas e de suas organizações.” [leia]
por Celeste Ciccarone
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
29 de maio de 2020
Crimes contra a humanidade indígena: Covid-19 e povos indígenas no Amazonas e Alto Rio Negro
Nesse trabalho busca-se entender em que medida o crescimento vertiginoso de casos de COVID-19 entre os povos indígenas no Brasil decorre de omissões e violações de direitos humanos e sociais. O impacto da epidemia no estado do Amazonas e na região do Alto Rio Negro-AM permitem evidenciar de que forma a desestruturação do sistema de saúde vem levando, assim como na ditadura militar, a um crime contra a humanidade. [leia]
por Danilo Paiva Ramos
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
29 de maio de 2020
A Covid-19 e os povos indígenas da Amazônia Brasileira
Hoje cerca de 87% das mortes pela COVID-19 de indígenas no Brasil estão na região Amazônica, sendo que cerca de 67% dessas mortes estão no Amazonas. O que está ocorrendo com os povos indígenas nessa região, mesmo que não haja participação direta do governo, cabe perfeitamente na definição de genocídio da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948 e do Estatuto de Roma de 1998. [leia]
por Camila Soares Lippi
/ publicado originalmente por Caaf/Unifesp
21 de maio de 2020
"Tá dando febre alta e dores no corpo"
Os povos indígenas em Rondônia diante da pandemia de COVID-19. [leia]
por Felipe Vander Velden, Íris Morais Araújo, Julia Otero dos Santos, Nicole Soares-Pinto, RenataNóbrega, Roseline Mezacasa, Gicele Sucupira Fernandes, Lediane Felzke, Luciana Castro de Paula, Carolina Aragón, Luciana França, Kécio Gonçalves Leite, Maria Lúcia Cereda Gomide, Quesler Fagundes Camargos, Vanúbia Sampaio dos Santos Lopes, Ari Miguel Teixeira Ott, Carma Maria Matini, Maria Cecilia Fantinato, Aparecida Vilaça
19 de maio de 2020
Plantas del bosque socorren a la ciudad
Matico y quina, dos aliados amazónicos para sobrellevar la pandemia de la indiferencia. [leia]
por Luisa Elvira Belaunde
/ publicado originalmente por LaMula
15 de maio de 2020
Pobreza indígena transforma covid-19 em bomba-relógio no Mato Grosso do Sul
A Reserva Indígena de Dourados (MS), com quase 20 mil habitantes, das etnias Kaiowa, Guarani e Terena, registrou esta semana seus três primeiros casos confirmados de infecção pelo coronavírus. O primeiro foi o de uma indígena de 35 anos que trabalha num frigorífico na cidade - os outros dois, segundo informações preliminares, são pessoas que tiveram contato com ela. Trata-se da maior comunidade, em uma das regiões indígenas mais problemáticas e conflituosas na atualidade. A chegada da pandemia ali pode ser desastrosa, e há muita preocupação neste momento, tanto pelo ambiente nas aldeias como pelas deficiências e omissões do poder público. [leia]
por Spensy Pimentel, Danilo Paiva Ramos
/ publicado originalmente por Uol/Coluna Leonardo Sakamoto
7 de maio de 2020
A normalidade impossível: o contraponto das sociedades indígenas
Um estado permanente de quarentena, o distanciamento tomado como recurso para fugir dos males que acompanham a mercadoria, tudo isso aponta para uma maneira singular de conceber o tempo e sua relação com o bem viver. [leia]
por Pedro de Niemeyer Cesarino
/ publicado originalmente por NEXexo Jornal
4 de maio de 2020
Lembranças do passado e o medo do presente: nós indígenas diante da pandemia
Em tempos tão difíceis, as coisas se tornam mais difíceis ainda. Quando falamos em povos indígenas e da questão atual da pandemia, logo penso na minha região do Alto Rio Negro, no norte do estado do Amazonas. Só nesses primeiros meses do ano, perdi minha tia, irmã do meu pai; meus filhos perderam o avô por parte de pai; uma parente muito próxima perdeu o bebê no parto, e hoje recebo a notícia de que a esposa do meu primo Daniel foi a óbito na hora do parto, mas o bebê sobreviveu. [leia]
por Francineia Fontes Baniwa
/ publicado originalmente por Amazônia Real
24 de abril de 2020
O sarampo do tempo de meu avô: memórias do etnocídio na pandemia
Os povos originários do Brasil conhecem bem a história das pandemias. Desde o início da colonização, tiveram que aprender em seus corpos o que é uma epidemia. Essa mesma história se repetiu muitas vezes em diferentes partes do que viria a ser o Brasil. [leia]
por Carlos Fausto
/ publicado originalmente por NEXO
23 de abril de 2020
Os últimos guardiões das línguas indígenas diante do covid-19
Como linguistas sabemos que a morte dos anciãos significa, muitas vezes, o desaparecimento de uma herança e de uma sabedoria linguísticas. Acreditamos ser importante alertar, agora, sobre os riscos que estamos enfrentando, junto com as comunidades indígenas, se o COVID-19 chegar às aldeias e atingir os mais vulneráveis entre os vulneráveis. Os pequenos textos que oferecemos falam desse risco que nos amedronta. Neste últimos anos, os povos originários têm concentrado esforços na retomada de muitas de suas línguas., esforços que não seriam possíveis, na maior parte dos casos, sem as referências vivas que são essas mulheres e esses homens com suas riquezas acumuladas no tempo. Estamos com medo, diante de um cenário devastador, que pode ver a extinção de inúmeras línguas junto aos seus últimos falantes. [leia]
por Ana Carolina Rodriguez Alzza e Bruna Franchetto
/ publicado originalmente por Abralin
23 de abril de 2020
Epidemiologia linguística
“Agora até o mosquito dá doença. Não 'tá bom a vida, a vida não, o movimento … antes o mosquito não dava doença, só dava coceira!” Comenta seu Geraldo sobre a dengue, antes do crescimento de casos de coronavírus. [leia]
por Gustavo Godoy
/ publicado originalmente por Abralin
19 de abril de 2020
O amanhã não está à venda
“Parei de andar mundo afora, cancelei compromissos. Estou com a minha família na aldeia, Krenak, no médio rio Doce. Há quase um mês, nossa reserva indígena está isolada. Quem estava ausente regressou, e sabemos bem qual é o risco de receber pessoas de fora. Sabemos o perigo de ter contato com pessoas assintomáticas. Estamos todos aqui e até agora não tivemos nenhuma ocorrência [...]” [leia]
por Ailton Krenak
/ publicado originalmente por Jornalistas Livres
13 de abril de 2020
Nisun: A vingança do povo morcego e o que ele pode nos ensinar sobre o novo coronavírus
Professora titular de antropologia da UFRJ, propõe, através da filosofia ameríndia dos Huni Kuin, uma original leitura cosmopolítica do novo coronavírus, especialmente atenta às variadas formas de convívio e relação entre humanos e não humanos. [leia]
por Els Lagrou
/ publicado originalmente por BVPS
abril de 2020
A dupla ameaça aos povos indígenas
Nas aldeias, a covid-19 devasta os corpos e destrói toda uma concepção de mundo, replicando a violência da ação predatória dos invasores [leia]
por Aparecida Vilaça
/ publicado originalmente por Revista Serrote
23 de março de 2020
Coronavírus me faz lembrar. Depoimento de Justino Sarmento Rezende, padre salesiano do povo Tuyuka
"O tempo atual com os seus vírus atuais, com nomes próprios, me faz voltar ao passado e relembrar as sabedorias de meus avós que ajudavam a defender a vida. Me fez lembrar das técnicas de defesa: fugir do inimigo, não se expor, mas retirar-se no lugar considerado seguro até a doença passar", escreve Justino Sarmento Rezende, padre salesiano do povo Tuyuka, perito no Sínodo, onde faz uma leitura da realidade atual do coronavírus desde uma perspectiva indígena. O artigo foi enviado por Luis Miguel Modino. [leia]
por Justino Sarmento Rezende
/ publicado originalmente por IHU
s/d
Pandemias e “brancos”: relatos de como sobreviver
A partir das narrativas de seus pais, que contaram para a autora sobre histórias de antigamente de doenças muito perigosas que traumatizavam a todos e que, para se cuidar e se proteger, fugiam para locais distantes adentrando na floresta. Ainda hoje, apesar aqueles indígenas que estão no contexto urbano, ao ficarem frente a frente com ameaças das doenças dos “brancos”, como é o caso do Coronavírus, sentem que a forma mais concreta de proteção é ir para bem longe. [leia]
por Jonilda Gouveia
/ publicado originalmente por Neai/Ufam
s/d
Enterro e cremação dos falecidos: Covid-19 atinge as raízes das cerimônias rituais fúnebres dos povos do noroeste amazônico e o povo Yanomami?
Os Yanomami nos xaponos, quando alguém morre, realizam a cerimônia de cremação do falecido. No final da cremação, os homens encarregados juntam os ossos em um cesto e guardam bem protegidos para a festa. Porém, com o primeiro Yanomami falecido por Covid-19, o jovem foi enterrado na cidade sem consentimento dos parentes. Isto atinge profundamente a cerimônia ritual fúnebre, pois tira a dignidade da pessoa. [leia]
por Justino Rezende Tuyuka
/ publicado originalmente por Neai/Ufam
s/d
O impacto do Covid 19 entre o povo Hupd'äh
O povo Hupd’äh, “povo de recente contato”, realizam a tática de isolamento e distanciamento social como estratégia de cuidado frente às epidemias, indo pro mato. Porém, estão preocupados com o auxílio emergencial, pois já estão acostumados, e descer para cidade com o intuito de receber o dinheiro é um grande risco. [leia]
por Liliane Lizardo
/ publicado originalmente por Neai/Ufam